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«Estranho é caminhar na densa névoa:
Solitária esta cada planta ou pedra,
Nenhum arbusto enxerga o seu vizinho,
Cada um está só.
Cheio de amigos era, para mim, o mundo
Quando luminosa ‘inda era minha vida;
Agora que a névoa caiu,
Ninguém mais é visível.
Não é deveras um sábio
Quem não conhece a escuridão
Que, suavemente, nos separa
De tudo inexorável.
Estranho é caminhar na densa névoa:
Viver é estar solitário
Entre gente que se ignora.
Todos estamos sós!»
Hermann Hesse (Nebilna, trad. Álvaro Cabral)
gentilmente enviado por Andrea de Godoy Neto
imagem 12.2011
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3 comentários:
Leo, a neblina tem um estranho poder sobre mim, tudo me parece tão denso e ao mesmo tempo tão etéreo, sempre me intriga essa sensação de caminhar entre brumas, como se estivesse perdida de tudo ou apenas sonhando, sem saber o que haverá após o próximo passo.
Moro numa terra de intensa neblina no inverno, às vezes, gosto de me deixar engolir por ela, em outras, ela me sufoca, me tira o ar. Mas é sempre solitário andar por ela.
um abraço imenso!
very beautiful shot !
Thanks for following :-)
Gorgeous photos!
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